“Vozes” reconhece indivíduos comprometidos com a defesa e a promoção da paz, dos direitos humanos, da justiça e da dignidade em suas trajetórias de vida. São doze histórias repletas de valores e ensinamentos que inspiram e motivam nossa luta.
Embaixador na missão diplomática brasileira na França durante a Segunda Guerra Mundial, Luiz Martins de Souza Dantas concedeu vistos de entrada no Brasil a judeus, comunistas, homossexuais e outros grupos perseguidos pelos nazistas, salvando cerca de 800 pessoas do extermínio. Movido pelo que chamou mais tarde de “sentimento de piedade cristã”, Dantas arriscou a carreira e a própria vida ao contrariar o Terceiro Reich de Adolf Hitler e as orientações da política de imigração brasileira do Estado Novo de Getúlio Vargas. O diplomata emitia os vistos “irregulares” de próprio punho aos estrangeiros, a maioria refugiados, não exigindo taxas, transferências bancárias, declarações ou atestados. Quem conseguia chegar até ele era salvo. Em 2003, Dantas foi proclamado “Justo Entre As Nações”, título atribuído pelo Museu do Holocausto aos não judeus que se arriscaram para ajudar os refugiados do nazismo. saiba mais
Educado em uma família russa apologista da paz, Nikolai Roerich foi pintor, escritor, historiador, poeta, professor espiritual e líder intelectual. Criou o Tratado Internacional de Paz, assinado em 1935 por 21 países, no qual é declarada a necessidade de se proteger a atividade e a produção cultural no mundo, seja em período de guerra ou de paz, pois a cultura é o valor supremo de uma nação. O Pacto de Roerich inclui também a Bandeira da Paz, símbolo onde 3 círculos correspondentes à Arte, à Ciência e à Religião são envoltos por uma circunferência, representando a totalidade da cultura. Propõe que a bandeira flameje em todos os monumentos históricos e instituições educacionais, artísticas e científicas, sinalizando a necessidade de proteção e preservação destes e reconhecendo a importância da memória da humanidade para o desenvolvimento das gerações futuras. A bandeira também deve estimular cada pessoa a tomar para si a responsabilidade pela evolução do planeta. Em 1929, Roerich foi nomeado ao Prêmio Nobel da Paz. saiba mais
Mariane Pearl estava grávida de 5 meses quando seu marido, o jornalista Daniel Pearl, foi sequestrado e brutalmente assassinado no Paquistão pela Al-Qaeda, em 2002. Após a tragédia, a jornalista francesa transformou o horror da perda em compromisso de honrar dois princípios: a ética e a verdade. Escreveu “A Mighty Heart”, livro de memórias para celebrar os valores de humanismo, esperança e dignidade, através do relato da investigação conduzida para tentar resgatar Daniel. A obra foi traduzida para 15 idiomas e inspirou o filme lançado em 2007, estrelado por Angelina Jolie. Movida pela ideia de que a esperança existe, Mariane escreveu seu segundo livro, “In Search of Hope”, coleção de perfis de mulheres de diversos países que dedicam suas vidas à luta contra a injustiça. Atualmente, Mariane é editora-chefe do Chime for Change, movimento global que visa promover educação, saúde e justiça para meninas e mulheres no mundo. saiba mais
Nelson Mandela foi o principal representante do movimento contra o regime segregacionista do apartheid, que negava aos negros da África do Sul direitos políticos, sociais e econômicos. Mandela deu início à atuação política quando era um jovem estudante de direito. Com a instituição do apartheid em 1948, radicalizou a militância e liderou campanha de desobediência civil, ajudando a consolidar a resistência ao regime através de um movimento de massas. Foi classificado como terrorista pelo governo e passou quase 3 décadas na cadeia, sempre se recusando a comprometer sua posição política em troca da liberdade. Tornou-se poderoso símbolo de resistência e de luta pelos direitos humanos. Com o fim do apartheid, foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul, conduzindo com sucesso a reunificação pacífica e democrática do país. Foi homenageado com cerca de 250 prêmios, inclusive o Nobel da Paz, em 1993. saiba mais